O que antes era negociado por unidade, agora é feito às centenas e milhares. Assim, o que diferencia um produto de outro é a qualidade do serviço agregado a ele
Por José Palacio – coordenador de serviços automotivos do IQA (Instituto da Qualidade Automotiva)
Tenho acompanhado as notícias do setor automotivo com muita atenção, e percebido alguns movimentos interessantes de mercado, com a expansão da ideia de redes de postos autorizados de diversas marcas de autopeças. Este é um bom sinal.
Na Automec Pesados, feira voltada ao aftermarket de veículos comerciais, realizada em São Paulo no mês de abril, muitas empresas de autopeças anunciaram a intenção de montar uma rede, com objetivo de agregar valor ao serviço prestado pelo aplicador ao seu cliente.
Trabalhar em rede é um caminho muito inteligente. Aqui, no IQA – Instituto da Qualidade Automotiva, atuamos com diversos tipos de redes de oficinas e varejos de autopeças, e sempre aprendemos novas formas de fazer negócios com mais rentabilidade e organização.
São empresas que já se atentaram para o fato de que, quando se trabalha em grupo, é preciso unidade e padronização na organização determinada pelos gestores da rede, avaliadas por um instituto isento, que aponta de fora para dentro onde estão as conformidades e, principalmente, as não-conformidades.
Este é um modelo que vale tanto para quem trabalha com veículos leves quanto pesados, ou até mesmo em ambos, na prestação de serviços ou comércio de autopeças.
O aftermarket automotivo brasileiro é ainda um setor em evolução, apesar de já existir há mais de 60 anos. Vivemos um período de transição tecnológica muito grande, com a adição cada vez maior de dispositivos eletrônicos nos veículos, além do aumento da velocidade da informação.
O que hoje é novidade nos veículos mais caros, amanhã equipará os populares, pois há uma tendência muito forte na indústria de redução de custos a partir do desenvolvimento de tecnologias que possibilitem produzir mais em menor tempo.
A isso, o mercado chama de “comoditização”. O que antes era negociado por unidade, agora é feito às centenas e milhares; todos têm acesso. Assim, o que diferencia um produto de outro é a qualidade do serviço agregado a ele. Por isso, um caminho é a formação de redes.
Certo é que mesmo as redes podem se tornar em breve um produto “comoditizado”, ou melhor, um serviço “comotidizado”. E ai, como fazer para se diferenciar? Esta é uma das missões da certificação de serviços automotivos de terceira parte, que por meio da filosofia de melhoria contínua, incentiva a busca de práticas novas e inovadoras para desenvolver o trabalho com maior eficiência e, consequentemente, melhor resultado.
É interessante notar que, dentro deste conceito, sempre há evolução, e isso ocorre porque o mercado é dinâmico e tem características de comportamentos específicos para cada fase, para cada momento, que pode ou não se repetir, de acordo com uma série de acontecimentos aleatórios.
Um deles é a atual fase da venda de veículos comerciais novos, zero km, que está em queda livre, em relação ao ano passado. Com certeza, o nível de serviços vai aumentar. Este era um movimento previsto por muitas montadoras e indústrias de autopeças, que se preparam para um aumento de demanda no aftermarket.
Porém, apenas irá aproveitar esta nova onda aqueles que se prepararam, se atualizaram e investiram. A boa notícia é que ainda dá tempo, pois, apesar de todo dinamismo, não é da noite para o dia que o mercado muda.
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