quinta-feira, 28 de julho de 2011

Falta de visibilidade nos veículos aumenta os riscos de acidentes no trânsito


Uma das questões determinantes para garantir a segurança no trânsito é a visibilidade oferecida pelo veículo ao motorista. Muitos acidentes são provocados pela falta de visibilidade do motorista, seja na parte traseira ou relacionada aos pontos cegos do carro.
O CESVI BRASIL (Centro de Experimentação e Segurança Viária), preocupado com a disseminação de informação para a população em relação à segurança no trânsito, desenvolveu um estudo que classifica os veículos de acordo com a visibilidade proporcionada ao motorista – o Índice de Visibilidade.

O estudo apresenta os elementos que contribuem para uma boa visibilidade em uma série de aspectos, e os procedimentos utilizados para os testes. Foi medido o índice de visibilidade dos veículos de grande número de vendas no mercado nacional, que foram separados por categoria.

Para o cálculo da visibilidade total do veículo, foi realizada uma média aritmética dos resultados dos três tipos de visibilidade: traseira, lateral e dianteira. A classificação é apresentada em um intervalo de 0,5 a 5 estrelas, podendo intercalar notas com 0,5 estrela (2 estrelas e meia, por exemplo). Quanto maior a nota, melhor a visibilidade do veículo.

Abaixo, os modelos que apresentam maiores índices de visibilidade, por categoria, e o ranking completo em anexo.

Hatch compacto

Ka (2008 a 2010) – 4 estrelas
Mini Cooper (2009 a 2010) – 4 estrelas

Hatch médio

Peugeot 307 (2006 a 2010) - 4 estrelas
Citroën C4 (2008 a 2010) – 4 estrelas
Volvo C30 (2007 a 2010) - 4 estrelas
Audi A3 (2007 a 2008) – 4 estrelas
Focus (2008 a 2010) – 4 estrelas
Stilo (2002 a 2010) – 4 estrelas
Tiida (2007 a 2010) – 4 estrelas

Hatch compacto off-road

CrossFox (2009 a 2010) – 2 estrelas

Hatch médio off-road

SX4 (2010 a 2011) – 3,5 estrelas

Sedan compacto

Prisma (2006 a 2010) – 3,5 estrelas
New Fiesta (2010 a 2010) – 3,5 estrelas

Sedan médio

Jetta (2006 a 2010) – 4,5 estrelas

Sedan luxo

Audi A6 (2009 a 2010) – 4,5 estrelas
Audi A7 (2011 a 2011) – 4,5 estrelas

Pick-up média

L200 (2006 a 2008) – 3,5 estrelas
S10 Cabine Dupla (2008 a 2010) – 3,5 estrelas
Frontier (2002 a 2007) – 3,5 estrelas

Pick-up compacta

Strada Trekking Cabine Estendida (2007 a 2010) – 3 estrelas
Saveiro Cabine Simples (2009 a 2010) – 3 estrelas
Strada Adventure Locker Cabine Dupla (2009 a 2010) – 3 estrelas
Hoggar (2010 a 2011) - 3 estrelas

Minivan Compacta

New Fit (2008 a 2010) – 4,5 estrelas
Fit (2004 a 2008) – 4,5 estrelas

Minivan Média

Grand C4 Picasso (2008 a 2010) – 4,5 estrelas
Grand Scénic (2007 a 2009) – 4,5 estrelas
Soul EX 1.6 (2009 a 2010) – 4,5 estrelas

SUV (utilitário esportivo)

Classe ML 320 (2008 a 2009) – 4,5 estrelas

SW compacta

Peugeot 206 (2005 a 2008) – 3 estrelas
SpaceFox (2010 a 2011) – 3 estrelas
SpaceFox Sportline (2010 a 2011) – 3 estrelas
SpaceFox (2006 a 2010) – 3 estrelas

SW média

I30 CW (2010 a 2010) – 4 estrelas

Coupé

TTS Roadster (2009 a 2010) – 4,5 estrelas
350 Z (2004 a 2010) – 4,5 estrelas
Spyder 550S (2008 a 2010) – 4,5 estrelas
A5 (2008 a 2010) – 4,5 estrelas 

O CESVI BRASIL

Fundado em 1994, o CESVI BRASIL (Centro de Experimentação e Segurança Viária) é o único centro de pesquisa brasileiro dedicado à segurança viária e veicular e à disseminação de informação técnica para o setor e também para a sociedade. Foi o primeiro centro da América Latina e é membro do RCAR (Research Council for Automobile Repairs), um conselho internacional de centros de pesquisa com os mesmos objetivos. Desde 2008 é parceiro do IQA - Instituto da Qualidade Automotiva em certificação de oficinas mecânicas e outras atividades.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

IQA elege diretoria e conselho para biênio 2011-13

Márcio Migues, Diretor Presidente do IQA e Diretor da Qualidade Mercosul da Renault do Brasil

Marcio Migues mantém-se à frente do instituto, como presidente da Diretoria Executiva; a novidade é a eleição de Sérgio Pin como presidente do Conselho Diretor, em substituição a Ali El Hage

São Paulo, 14 de julho de 2011 – O IQA - Instituto da Qualidade Automotiva, organismo de certificação acreditado pelo Inmetro, criado e dirigido pela Anfavea, Sindipeças, Sindirepa e outras entidades do setor, acaba de eleger os membros da Diretoria Executiva, Conselho Diretor e Conselho Fiscal para o biênio de 2011-2013.

Com 32 integrantes, a diretoria do IQA é dividida em três grupos: Diretoria Executiva, Conselho Diretor e Conselho Fiscal, todos ligados a indústria automotiva brasileira, e também a associações de classe nas áreas da qualidade, plástico, vidro e engenharia, além de institutos de pesquisa, órgãos do governo, indústrias e representantes de entidades fundadoras do Instituto.

Assim, na Diretoria Executiva, Marcio Migues, foi reeleito por unanimidade para a Presidência do Instituto que tem um novo diretor Edson Brasil, do Sindipeças/Delphi, em substituição a Fernando Herrera Neto, que passou a ocupar cargo junto ao Conselho Diretor.

No Conselho Diretor, a novidade é a eleição de Sérgio Pin como presidente, cargo ocupado até então por Ali El Hage, que se aposenta do Instituto após 12 anos de serviços prestados. O Conselho Diretor conta agora com novos representantes: Roberto André Sandel Korall, da Abiplast/Component, Franco Ciranni, da AEA, Windson Vieira Paz, da Anfavea/FIAT, Adilson Luis Sigarini, do Sindipeças/Thyssen Krupp, e Feres Macul Neto, também do Sindipeças/TND. Já no Conselho Fiscal entra Mário Bruno Morelli Junior, do Sindipeças/New Oldany.

Segundo o superintendente do IQA, Mario Guitti, o trabalho desenvolvido pelas gestões anteriores foi excelente. “Estou feliz com os resultados que obtivemos nos anos passados e acredito que esta nova gestão irá contribuir ainda mais para o setor”, afirma. “Este novo conselho, assim como o anterior, é muito bem representado, com pessoas de renome e grande capacidade de realizações, e isso reforça o nome do instituto”, diz.

“Esta última administração está de parabéns, pois conseguiu quebrar todos os recordes e superar as metas estabelecidas”, afirma Marcio Migues, presidente reeleito da Diretoria Executiva do IQA. “O trabalho foi tão bom que tivemos pouca renovação no Conselho. Como diz o ditado, em time que está ganhando, não se mexe”, comemora.

Metas – Para a gestão 2011-2013, a nova diretoria do IQA tem como grande objetivo elevar ainda mais a presença do instituto no cenário nacional, principalmente como órgão certificador de produtos e sistemas da qualidade para a indústria automotiva em toda a sua cadeia; englobando fabricantes de autopeças, montadoras, serviços de oficinas etc., para dar suporte ao crescimento da certificação compulsória de peças que o Inmetro tem promovido. “Vamos focar na certificação de produtos para vencer a pirataria e combater as peças de origem duvidosa”, afirma Migues.

“Outro ponto importante é a regionalização da entidade, consolidada às filiais no Rio Grande do Sul e Minas Gerais e, posteriormente, a do Paraná e demais pólos automotivos”, afirma Sérgio Pin, presidente do Conselho Diretor, ao explicar que as metas estão norteadas pelo Planejamento Estratégico estabelecido há 2 anos.

Assim, outro objetivo é incrementar o crescimento no setor de serviços e, ainda, ampliar o treinamento de profissionais da qualidade com como, por exemplo, o EQF que será em nível de MBA com a parceria de uma universidade pública. “E, finalmente, mas não menos importante, expandir os nossos negócios na área de Transportes”, conclui.

Fundado em 1995, o IQA atua na certificação da Qualidade de serviços, produtos automotivos e sistemas de gestão de montadoras, fabricantes de autopeças, concessionárias, distribuidores, varejistas, centros de reparação (oficinas) e retíficas de motores. No período, o IQA consolidou diversas parcerias nacionais e internacionais com organizações como TÜV SÜD, UTAC, ABNT, CESVI BRASIL, CIESP, Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, com o objetivo de aprimorar os serviços oferecidos ao setor automotivo.

O Instituto também atua na área de publicações, com tradução e comercialização, com exclusividade no Brasil, dos manuais publicados pela IATF (sigla em inglês para Força Tarefa Automotiva Internacional) e AIAG (sigla em inglês para Grupo de Ação da Indústria Automotiva), dos EUA, e VDA/QMC (Verband Der Automobilindustrie ou Associação da Indústria Automotiva), da Alemanha.

A nova diretoria toma posse em agosto, em cerimônia solene a ser realizada em São Paulo. Confira abaixo a nova Diretoria e Conselho:

Diretoria Executiva

Marcio Fontoura Migues - Presidente da Diretoria Executiva - (Anfavea/Renault)
Antônio Carlos Bento de Souza – (Sindipeças)
Edson Brasil da Silva – (Sindipeças/Delphi)
Ingo Pelikan – (Anfavea/Mercedes-Benz)
José Nogueira dos Santos – (Sindirepa/Dikar)

Conselho Diretor

Sérgio Pin – presidente do Conselho Diretor (Sindipeças/ Schaeffler Group)
Adilson Luis Sigarini – (Sindipeças/ Thyssen Krupp)
Alexandre Meirelles Nagle – (Sindipeças/ZF)
Antônio Carlos Fiola Silva – (Sindirepa - Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo/Dimas)
Edvaldo Cardozo Araújo – (Abividro - Associação Brasileira das Indústrias de Vidro/Pilkington)
Fábio Assumpção Ribeiro – (Anfavea/Volkswagen Caminhões e Ônibus/ MAN)
Feres Macul Neto – (Sindipeças/ TMD)
Fernando Herrera Neto – (Sindipeças/OLSA)
Franco Ciranni – (AEA - Associação de Engenharia Automotiva)
Guilherme Heinz – (Anfavea/Mercedes-Benz)
Ilcon Miranda Costa – (ABCQ - Associação Brasileira de Controle da Qualidade)
João Pablo Lopez Teruel – (Anfavea)
José Antônio Silvério – (Setec/MCT - Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico do Ministério da Ciência e Tecnologia)
Luiz Eduardo Lopes– (IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas)
Marcelo Ciardi Franciulli – (Fenabrave - Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores)Orlando Moreira da Silva – (DENATRAN)
Ricardo Schneider Talhiari – (Anfavea/Scania)
Roberto André Sandel Korall – (Abiplast - Associação Brasileira da Indústria do Plástico/ Component)
Wanderley Costa – (Cetesb - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental)
Windson Vieira Paz – (Anfavea/Fiat)

Conselho Fiscal - Titulares

Diogo Alarcon Clemente – (DAC)
Marco Antônio Saltini – (Anfavea/Volkswagen Caminhões e Ônibus)
Mário Bruno Morelli Junior – (Sindipeças/ New Oldany)

Conselho Fiscal – Suplentes

Fábio Braga – (SAE BRASIL)
Francisco Emilio Baccaro Nigro – (Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo)
Mário Milani – (Sindipeças/Sogefi)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Pesquisa de mercado para aprimorar resultados


Elaborar pesquisas de mercado e outros tipos de questionários pode ajudar a corrigir ou melhorar alguns pontos da sua oficina e traçar um plano de trabalho. Quem vai agradecer com isso é o seu cliente


Carolina Vilanova (publicado originalmente na revista O Mecânico, edição nº 207, julho/2011)

Quem nunca recebeu um telefonema de alguma empresa de grande porte para fazer pesquisa depois que você adquiriu um produto ou serviço? Ou até mesmo de uma empresa que está sendo estruturada pra abrir as portas (às vezes sem você nem perceber a razão do contato)? Você realmente acha que todo o trabalho e o tempo dispensado nesse exercício é simplesmente jogado fora depois que o atendente desliga o telefone? É claro que não! Todas as informações colhidas a partir desse contato servem para que a empresa saiba mais sobre o mercado que se insere, seu cliente, a qualidade do serviço e do atendimento prestado, entendo oportunidades ou realizando melhorias em diversas áreas de atuação com esses dados.

Mas o que isso tem a ver com a minha oficina? Vocês podem estar perguntando... Tudo. Da mesma maneira que uma grande empresa pode extrair benefícios de uma pesquisa, você, que é pequeno empresário, também pode. Para te ajudar em mais essa tarefa, buscamos as valiosas dicas do IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), que vão mostrar as vantagens de realizar pesquisas junto aos clientes e aos potenciais clientes de uma oficina e como usá-las como ferramentas para que você conheça melhor diversas vertentes do seu mercado.

"Em primeiro lugar, o empresário da reparação deve escolher que tipo de pesquisa vai fazer na sua oficina: de mercado, para descobrir o que esperam dele, ou a de satisfação, voltada para clientes ativos com o intuito de saber o que estão pensando da sua empresa. Tudo isso com o objetivo de entender clientes, concorrência e sua própria empresa, para definição de ações de melhoria e ampliação de resultados", comenta Alexandre Xavier, Gerente de Novos Negócios do IQA.

Ele explica que dentro dessas duas modalidades de pesquisa, o empresário pode levantar muitos fatores que influenciam nos seus resultados. A partir daí, quem elabora a pesquisa deve pensar no seu formato, se será dissertativa, em forma de redação, ou em múltipla escolha, com opções pré-definidas. "Essa última é mais fácil de ser respondida e pode ser tabulada rapidamente, sendo indicada para quem pretende obter resultados rápidos e com baixo investimento", avalia.

Outro ponto importante a definir é quem vai fazer efetivamente a pesquisa, e para isso, Alexandre tem algumas dicas: "você pode contratar um instituto de pesquisas, empresas "Júnior" de universidades, que normalmente oferecem esses serviços com preços mais acessíveis; ou mesmo elaborar internamente, determinando uma pessoa para a tarefa".

Depois, o empresário deve pensar no seguinte: o que quer descobrir, quem são as pessoas que vai questionar, quais serão as perguntas que irá fazer e onde será feita a pesquisa. "Você pode fazer a pesquisa na sua própria oficina ou em locais que concentrem o público que você pretende atingir, como shoppings, clubes e bares. Para isso, pode-se fazer acordo com o responsável pelo local, para fazer a pesquisa lá dentro e poder conversar com as pessoas".

Pesquisando...

A partir daí, desenvolve as perguntas: qual o tipo de veículo que as pessoas têm? Quais são as razões que as pessoas levam em consideração ao escolher uma oficina? As pessoas conhecem a minha oficina? Se conhecem, por que não levam o carro lá? Que tipo de serviço adicional que a oficina poderia oferecer? Quais outras idéias para a oficina? Tudo isso pode ser colocado no seu questionário.

A abordagem é o próximo passo, e um dos mais importantes. De qual maneira vai abordar o cliente ou potencial cliente? Por telefone, por e-mail, pessoalmente. "Vale lembrar que quanto mais pessoal, melhor, pois gera condições para que as respostas sejam o mais verdadeiras possíveis", diz Alexandre. O e-mail pode não propiciar as respostas mais confiáveis, mas é a opção mais barata e ágil (e melhor do que não realizar de nenhuma forma).

O telefone dá uma sensação de anonimato, para assuntos mais delicados pode ser uma boa opção. As pessoas soltam as informações de maneira mais aberta através desse meio. Para a forma presencial, o entrevistador tem que se preocupar com todos os aspectos, pois está levando a imagem da empresa. "É fundamental que o entrevistador se apresente devidamente e seja conciso, sem tomar muito o tempo de quem responde a pesquisa".

Mas devemos tomar cuidado, pois muita gente não gosta de responder pesquisa, por isso, chegar ao entrevistado deve ser uma tarefa feita com muita cautela e respeito. Muitos já são contrariados em responder uma pesquisa porque têm a impressão de que vai ser longa e vai tomar muito o seu tempo.

"Por isso, preste atenção no tamanho da pesquisa que vai fazer e na facilidade de responder. Se o assunto é de relevância pra ele, fica mais fácil, mas se não for, ofereça um brinde, alguma coisa em troca. Você pode premiar os entrevistados de pesquisas em que tem mais dificuldade em conseguir a resposta", orienta Alexandre.

Quantidade ou qualidade

As questões em pesquisas de mercado são divididas em quantitativa e qualitativa, quanto a sua resposta. Na primeira, coloca as opções para as pessoas "ticarem" (coloca "x" em ótimo, bom, médio e fraco). Pode pedir para a pessoa justificar, para o trabalho ficar mais rico de informações. "Se quiser aprofundar, a pesquisa tem que ser qualitativa, na qual se consegue respostas mais ricas, porém a tabulação é mais complexa, e muita gente tem dificuldade para escrever", avalia Alexandre.

Contratar um profissional para realizar o papel de "cliente oculto" para visitar a sua própria oficina é outra ação interessante para saber como está seu serviço e atendimento. Da mesma forma, um "cliente" assim pode descobrir muito sobre a sua concorrência se fizer uma visita na região. Essa é uma boa tática para ajudar a entender o mercado, ou mesmo sua própria empresa.

Quais são os objetivos

Como a empresa se beneficia de uma pesquisa? Algumas das razões são simples: ter conhecimento da satisfação dos clientes, entender porque alguns clientes não escolhem a sua oficina, que tipo de serviço adicional pode prestar, o que a concorrência faz, porque perdeu clientes, como está o atendimento, características do mercado. "Para quem está abrindo uma oficina, é fundamental para conhecer o público e seus anseios, e uma pesquisa ajuda muito nesse sentido".

Existem pesquisas e informações já prontas (e muitas vezes gratuitas), que podem ajudar facilmente o levantamento de dados pelas empresas. Alguns exemplos de fontes: Sebrae, Google, IBGE, Denatran, Sindirepa, Cesvi e publicações especializadas

Hora da tabulação:

De acordo com Alexandre, é necessário que você pense na tabulação desde a elaboração do questionário, pois sua estruturação influenciará depois. "Assim, é possível organizar as questões e suas respostas de um jeito que te permita tabulação e análise ágil e eficaz. Um software de planilhas, como o Excel, facilita também a elaboração do relatório final". 

A apresentação desse relatório pode seguir diversos modelos, sendo que gráficos sempre funcionam bem para interpretação dos resultados. Essas conclusões devem ser feitas por alguém que conheça o mercado, que conheça a empresa, etc. A questão da análise é o mais importante. "Depois de entender as respostas, é necessário traçar os caminhos e tomar atitudes, senão, o esforço não valeu de nada".

Para o gerente do IQA, o plano de ações é fundamental, assim como tornar a pesquisa algo periódico, e comparar com as anteriores para verificar se houve evolução. "Aí sim, a pesquisa se transforma numa ferramenta de melhoria contínua, porque alimenta a outra, e com referências anteriores, pode ser base para melhorar ainda mais", acredita.

O IQA cobra das oficinas certificadas atitudes em relação a ações de aprimoramentos dos resultados, e a pesquisa é fundamental para atingir esses objetivos. "Na auditoria é confirmado se as pesquisas se transformam em resultados, para tirar o melhor proveito possível dessa iniciativa", finaliza.

Depois da pesquisa

• Reforce o que acha que pode melhorar ou corrija o que está errado
• Faça levantamentos
• Colha o máximo de informações para tomar uma ação
• Às vezes um simples telefonema não deixa de ser uma pesquisa
• Aplicação: não adianta fazer a melhor pesquisa e não tirar proveito do seu resultado
• Não precisa esperar o problema para realizar uma pesquisa

terça-feira, 5 de julho de 2011

A voz do consumidor

Mesmo produtos e serviços considerados de boa qualidade hoje poderão deixar de atender às expectativas do consumidor no futuro, exigindo investimentos em inovação e qualidade.

por Márcio Migues

Muitos fabricantes de veículos já adotaram o principio de construir carros globais, reservando a centros regionais o papel de adequar detalhes dos projetos às legislações locais e a preferência do mercado. Dentro da ciranda de produção que leva à troca de componentes entre fabricas de diversos países, a qualidade tornou-se, necessariamente, referência comum a ser obedecida. Existem dificuldades a ser superadas nesse processo, como a disseminação e a uniformização de normas e padrões entre países e fabricantes de componentes e veículos. O Brasil aparece em destaque nesse cenário, depois de conquistas expressivas obtidas a partir da década de 90, quando a superioridade tecnológica dos veículos asiáticos, europeus e norte-americanos que passaram a desembarcar no Brasil a partir de 1991, ano da fundação da SAE BRASIL, era enorme em relação aos nacionais.

Para competir com os importados, a indústria local traçou planos para alcançar um patamar internacional de qualidade. As pressões dos consumidores, atraídos pela inovação vinda de fora, aceleraram o fim das carroças a que o presidente Fernando Collor de Mello se referiu para a abertura de mercado.

Os fabricantes de componentes de veículos investiram pesado em tecnologias e receberam bem o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade, para modernização das empresas e adoção de metas atreladas á produtividade e á qualidade. Na produção de veículos, qualitativamente o Brasil já se alinha aos padrões existentes nos países desenvolvidos, graças à concorrência entre marcas, que leva à evolução dos produtos e serviços.

Criado em 1995, o Instituto da Qualidade Automotiva (IQA) representou um marco para o desenvolvimento do parque industrial, com a proposta de ser um balizador da qualidade para o setor automotivo, tanto no relacionamento entre empresas quanto em seus impactos para a sociedade, sem fins lucrativos. O instituto foi resultado do movimento entre as Câmaras Setoriais, o programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sindipeças), com o apoio da então ministra da Indústria e Comércio, Dorothéa Werneck.

Outras entidades entraram posteriormente no processo e foram delineados os princípios para atender às necessidades de fabricantes e consumidores de forma neutra. O setor automotivo defendia a obrigatoriedade de certificação dos itens de segurança, começando por pneus para chegar depois a suspensão e eixos, sistemas elétricos e demais partes dos veículos. Com o intuito de garantir a aplicação do estado da arte em qualidade no País, as empresas nacionais solicitaram ao IQA a construção de parcerias com entidades internacionais de referência.

Com a crescente atenção de competidores internacionais pelo mercado brasileiro, que levou a volumes crescentes de importações irregulares, o governo busca intensificar agora a luta contra a pirataria e oferta de peças de qualidade inaceitável ou sem conformidade com os padrões locais. Faz parte desse esforço, que valoriza o fabricante brasileiro e as boas práticas, a certificação de produtos automotivos.

Produtos e serviços considerados de boa qualidade hoje poderão deixar de atender às expectativas do consumidor no futuro, exigindo investimentos em inovação e qualidade. No primeiro momento houve um movimento para superar defasagens em relação ao exterior. Agora a corrida é para superar expectativas e criar diferenciais. As montadoras investem mais em tecnologias, produtos e qualidade dos processos - e puxam o restante da cadeia.

Vinte anos após a abertura às importações, a palavra qualidade ganhou novos significados. Há pouco mais de quarenta anos ela refletia a produção de um bem adequado ao uso. Hoje o conceito se estende à gestão do negócio, aos sistemas para garantir a qualidade de um produto, à certificação de desempenho e, ainda, aos serviços de oficinas e concessionárias. Isso tudo sem falar da certificação ambiental, que também já faz parte de todas essas exigências.

Com o Código de Defesa do Consumidor, o fabricante, entendido como a parte mais forte na relação comercial, era obrigado a provar que o produto funcionava corretamente ou seria multado. Hoje em dia a relação funciona de maneira inversa. Não havia ainda organismos como a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e outros que agora contribuem para o aperfeiçoamento das relações entre fabricante e consumidor, bem como uma delegacia de proteção e defesa do consumidor estruturada e atuante com a função de fiscalizar essas relações.

Por exigência das empresas ativas na cadeia, por meio de suas entidades representativas, a certificação deve cada vez mais ser reconhecida como ferramenta de proteção do setor automotivo e do consumidor. Esse reconhecimento garante padrões mínimos de desempenho, que não são relativos à excelência, mas ao padrão necessário para o produto funcionar e a empresa produzir. Quando a empresa não alcança a certificação de uma peça, é sinal de que o produto não tem bom desempenho de qualidade. A mesma coisa vale para a gestão. Ou seja, a empresa deve cumprir os padrões mínimos pata atender a crescente satisfação ao cliente.

Márcio Migues é diretor-presidente do IQA - Instituto da Qualidade Automotiva e diretor da Qualidade Mercosul da Renault do Brasil (iqa@iqa.org.br)