A certificação de autopeças é um investimento na qualidade de vida da população, que passa a contar com produtos de qualidade assegurada
por Mario Guitti*
Nos últimos anos, temos assistido uma constante evolução da qualidade na indústria automotiva, que inclui as montadoras e os fabricantes de autopeças. Este tem sido um exercício interessante de se observar, pois ao mesmo tempo que os produtos ganham qualidade, apresentam custos menores e tornam-se mais rentáveis.
Como toda evolução, alguns prazos precisam ser respeitados. Já se passaram mais de 15 anos desde que o IQA – Instituto da Qualidade Automotiva foi fundado, e somente agora percebemos avanços significativos, como a recente aprovação do RAC de componentes automotivos (portaria do Inmetro nº 301 de 21/07/2011), que estipula a certificação compulsória de diversos componentes automotivos para serem comercializados no aftermarket.
Este é um processo de amadurecimento do mercado brasileiro, que começou com a certificação de produtos como pneus, rodas, vidros, capacetes de motocicletas, cilindros de GNV, líquidos de freios, veículos acessíveis, etc.
Agora, teremos ainda componentes como amortecedores, bombas de combustível, buzinas, pistões, pinos e anéis de trava, anéis de pistão, bronzinas e lâmpadas automotivas. E, estaremos acompanhando junto do INMETRO o desenvolvimento deste processo para as outras autopeças que fazem parte do sistema de segurança veicular, como pastilhas, discos e tambores de freios, sistema de direção, entre outros.
A certificação de autopeças é um investimento na qualidade de vida da população, que passa a contar com produtos de qualidade assegurada conforme níveis básicos de exigência, padronizados por normas, elaboradas por especialistas em cada componente. Isso evita o uso de produtos de procedência duvidosa, resguarda o mercado nacional do ataque indiscriminado dos importados, que nem sempre oferece qualidade, mas, sim, preço.
Mas, mesmo a passos lentos, a certificação no setor automotivo caminha na direção certa. Poderia ser mais rápido? Sim, poderia, e isso ajudaria diversas empresas a melhorar os produtos e também os processos, e o maior beneficiado no final das contas é o consumidor final.
As montadoras são excelentes exemplos de consumidores exigentes, pois no processo de seleção de fornecedores, buscam apenas aqueles que passam nos critérios das normas e requisitos internos. Ou seja, não compram de qualquer um.
Neste cenário, o IQA desempenha interessante papel, pois está à parte do processo de produção e comercialização. Como organismo certificador acreditado pelo Inmetro, o IQA atua com avaliador, sem opinar, sugerir ou criticar. Isso garante isenção na auditoria, para apontar fragilidades e pontos a serem melhorados.
Vale lembrar que ao investir na qualidade do produto, a indústria brasileira de autopeças ganha competitividade internacional. Já somos o quarto maior mercado de automóveis do mundo e por isso estamos na mira dos investidores. Com certeza a concorrência vai aumentar e esta é uma oportunidade única, pois podemos aproveitá-la para ganhar mais competitividade ainda. E o caminho é a qualidade.
* Mario Guitti é superintendente do IQA - Instituto da Qualidade Automotiva
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