domingo, 11 de julho de 2010

A China e os outros

E depois de tanta novela, o Google informa que renovou sua licença na China (http://bit.ly/deuIVW). No maior mercado de internet do mundo (mais de 400 milhões de usuários), a continuidade do maior site de buscas global (porém que não lidera no País) não chega a ser uma grande surpresa - de alguma forma um acordo provavelmente sairia.

No setor automotivo, a China também continua tendo destaque absoluto. Crescimento de 60,9% em vendas de veículos no acumulado até maio, em comparação a 2009 (o 2º lugar, EUA, cresceu 17,5%). Até o ano passado, havia a expectativa de que o país asiático alcançaria a posição de mercado líder mundial até 2015, mas com o fechamento dos números do ano passado ela já se tornou, com 13,6 milhões de veículos vendidos.

Esse crescimento acelerado convive lado-a-lado, ou mesmo é responsável, por problemas graves enfrentados atualmente. Greves em fornecedores de autopeças, exigindo reajustes salariais e mais direitos trabalhistas, interromperam no final de junho a produção de Toyota, Nissan e Honda.  Apenas 1% das cidades chinesas têm a qualidade do ar considerada em níveis seguros, segundo a União Européia. Os rios chineses são os mais poluídos do mundo, e o Banco de Desenvolvimento Asiático afirma que a diferença entre oferta e procura chegará a 40% no continente, em termos de abastecimento de água.

O artigo de Kevin Brown, correspondente regional do Financial Times para a Ásia, de 1º de julho ("Populate and perish", http://bit.ly/ct61S2) explana exatamente sobre os problemas enfrentados pela China atualmente, e sua conclusão é inevitável: se os governos e a própria sociedade não transformarem consideravelmente sua forma de pensar e agir, toda essa expectativa em relação ao futuro do País poderá ser, no mínimo, bastante dificultada. Alguém aí enxerga semelhanças com um certo país aqui da América do Sul?

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