sábado, 10 de julho de 2010

Os automóveis e a internet

Ao ler o último artigo de Alexandre Hohagen, presidente do Google para AL, na Folha ("Inovação simples e óbvia", http://write4.net/23g) inevitavelmente comecei a exercitar que outras possibilidades estão (ou deveriam estar) sendo desenvolvidas no setor automotivo através das ferramentas disponíveis pela internet.

Particularmente penso sempre até quando ainda pensaremos dessa forma, pois a tendência é de que a internet torne-se algo tão inata e "invisível" quanto a energia elétrica, por exemplo. Um termo como "conexão à internet" será algo que minha filha (completando exatos 48 dias hoje) provavelmente considerará pré-histórico. Difícil será o equipamento que não aproveitará os benefícios da rede mundial, assim como ela própria expandirá sua presença em nossa vida ao máximo.

Resolvi então pesquisar e descobri algumas ideias muito bacanas. A Ford já apresentou a evolução do sistema Sync, que agrega em um painel multifuncional navegação GPS, Twitter, telefone celular, internet sem fio, rádio, tocadores de CD e DVDs, comando de voz, telas que obedecem ao toque, notebook, iPhone, iPod, controle do ar-condicionado. Em pouco tempo até a manutenção do veículo será aprimorada (tecnologia já utilizada na Formula 1), com sensores no motor do carro que podem enviar sinais para os revendedores, que assim fazem o monitoramento do motor e possíveis ajustes à distância. Segundo a SAE Brasil, em dois ou três anos até os carros mais populares já oferecerão algumas dessas funcionalidades.

Apesar de ainda bastante discutida, a ampliação da publicidade (e aumento de receitas) em veículos também é uma possibilidade avaliada pelas montadoras para o futuro - a Peugeot Espanha tornou pública meses atrás sua intenção de se tornar uma operadora de telefonia móvel, por exemplo. Mensagens poderiam ser enviadas no painel ou GPS, considerando a posição geográfica do automóvel (ex.: um restaurante próximo, por volta das 12h00, pode enviar um anúncio pra todos que estiverem pela região). Como colocar isso em prática sem ferir a privacidade dos motoristas ou até colocá-lo em situações de risco são alguns dos desafios.

Algumas outras oportunidades passaram pela minha cabeça. Os rádios nos veículos poderão facilmente ser substituídos pelas transmissões por internet, propiciando que você escute ou assista o que quiser em qualquer parte do mundo (no artigo Hohagen diz que o Google poderia transcrever a transmissão de um jogo de texto pra voz também - ideia mais mirabolante, mas senão sua empresa não participaria do exemplo). No presente "Big Brother" que vivemos, câmeras nos veículos de corporações como polícia e bombeiros (ou até civis, que poderiam ser remunerados por isso?) poderiam ajudar a sociedade a monitorar sua própria segurança, talvez até com transmissão aberta 24 horas. Postos de gasolina próximos terão seus preços pesquisados quando o motorista desejasse (ou precisasse urgentemente...).

Bem, a internet (e a tecnologia em geral) abre cada vez mais um mundo de opções para todos os segmentos da sociedade, e a indústria automotiva, que sempre foi referência em tecnologia, nada indica que deixará de ser.

Referência adicional: "The Future of the Automotive Industry: Challenges and Concepts for the 21st Century" (Ralf Landmann, Heiko Wolters, Wolfgang Bernhart, and Holger Harsten).

Um comentário:

Celina disse...

As vezes assusta toda essa tecnologia da informação pois já não fazemos nada sem a internet e por outro lado são tantas possibilidades que parece que caminhamos para o infinito...
Abraços
Celina