O mercado brasileiro perde entre 5% e 10% com a pirataria e a falsificação de autopeças, presente hoje em todo o País, de acordo com Antonio Carlos Bento, diretor do Instituto da Qualidade Automotiva (IQA). Segundo dados da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), o volume anual da falsificação e do contrabando de autopeças no Brasil chega a R$ 3,5 bilhões. Isso sem adicionar as peças de baixa qualidade, fabricadas sem atender qualquer requisito ou norma de qualidade. A invasão de peças não prejudica somente a economia e os fabricantes nacionais ou estrangeiros que atuam regularmente, mas o motorista, que tem sua segurança comprometida.
A pirataria e a falsificação permitem a entrada de produtos que não possuem nenhum critério de qualidade e podem colocar em risco a segurança de motoristas e passageiros. As peças aplicadas no veículo, quando é necessário fazer a substituição, devem ter a mesma qualidade e características da original que veio de fábrica. Este é um item muito importante para que o reparo seja bem feito.
Sobre os impactos na economia, o Brasil saiu de um superávit na balança comercial do setor de autopeças de R$ 2 bilhões em 2000 para um déficit de US$ 2,49 bilhões em 2009. A previsão é que o saldo negativo chegue perto de R$ 4 bilhões neste ano. É claro que devemos incentivar o comércio internacional, não só pela questão econômica, mas também, e principalmente, pelo aprendizado constante que esse comércio nos exige. No entanto, sabemos que essa balança comercial é afetada, também, por produtos de baixa qualidade e procedência duvidosa. Isso sem falar naqueles produtos que entram no País por canais obscuros.
Mas o setor de autopeças não está parado. Por meio do Sindipeças, trabalha para que se crie no Brasil uma legislação para estabelecer certificado de conformidade para autopeças fabricadas aqui e em qualquer país. Com a certificação, o problema será reduzido inexoravelmente. O IQA também trabalha para fomentar e identificar produtos automotivos que devam ter certificação compulsória.
Publicado originalmente no portal do Jornal do Brasil (http://bit.ly/ae9pDc).
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