A maior aproximação do IQA com a VDA trará uma série de benefícios para a indústria brasileira.
por Mário Guitti
Na última semana tivemos a oportunidade de receber no Brasil o responsável pela área de controle de treinamento e licenças nacionais e internacionais da VDA QMC (Centro de Gerenciamento de Qualidade da Associação Alemã da Indústria Automotiva), Thomas Junggeburth. O executivo nos trouxe uma notícia muito importante: as montadoras alemãs começam a exigir a presença de pelo menos dois engenheiros especialistas em normas VDA internamente e também nos fornecedores.
As regras VDA são muito utilizadas na Alemanha. Apesar do esforço mundial na criação de um único código, como a ISO/TS 16.949 para a indústria automotiva, os alemães nunca abandonaram a VDA. Além de editar normas para o setor, a entidade representa no país europeu o mesmo que a Anfavea e o Sindipeças são para os brasileiros. Porém, lá, montadoras e fabricantes de autopeças estão juntas, em uma única associação.
Assim, a passagem de Junggeburth pelo Brasil foi bastante intensa e proveitosa, pois reafirmou a parceria com o IQA – Instituto da Qualidade Automotiva, representante exclusivo no Brasil dos treinamentos, tradução e distribuição dos manuais da VDA. Fomos escolhidos pela nossa especialidade técnica e relevância no setor automotivo como agentes da qualidade. Afinal, fomos criados pela Anfavea, Sindipeças, Sindirepa e outras entidades do setor para isso.
A maior aproximação com a VDA vai possibilitar uma série de benefícios para a indústria brasileira: como acesso facilitado às normas e material publicado em português. O IQA também passa a ser o responsável por levar à Argentina os conhecimentos da norma alemã.
Nos dias em que esteve no Brasil, Junggeburth treinou nossos especialistas que passaram a ser instrutores certificados das normas VDA e, com isso, estão prontos para ministrar os treinamentos, tal como são realizados na Alemanha. Para a indústria, a vantagem é que, a partir de agora, quem quiser implementar os sistemas de gestão da qualidade baseados nas normas VDA conta com suporte local para treinamentos, e sem a necessidade de enviar profissionais para a Europa para receber treinamento exclusivo. O custo ficou menor.
E por que investir no padrão VDA? Para atender ao cliente. As montadoras alemãs passarão a exigir isso. Apesar de haver uma norma genérica, cada montadora criou seus requisitos específicos para atuar junto com a ISO/TS 16.949. As alemãs utilizam a VDA, que também serviu de base para a ISO/TS 16.949. E, como bem definiu Junggeburth, a indústria automotiva alemã é uma das grandes mestres em qualidade.
Assim, estamos preparados para esta nova demanda. Estudar é preciso, ainda mais em um mundo competitivo. Já faz algum tempo que “bato na tecla” da necessidade de se investir cada vez mais na competência humana da nossa, pois não adianta ser o sexto maior produtor de automóveis do mundo, se nossos engenheiros e tecnólogos não acompanham o ritmo do crescimento.
Fabricar é só uma parte. A outra é projetar e desenvolver tecnologia. Se nossa preocupação ficar parada somente na capacidade produtiva, podemos ficar para trás. Temos uma engenharia que se destaca em criatividade e o quanto mais a desenvolvermos, melhores serão as chances de mantermos nossa posição frente à concorrência dos países que hoje se destacam pelo fator da competitividade de seus produtos.
Fomentar a qualidade da nossa mão de obra é, portanto, um diferencial competitivo e temos que aproveitar este bom momento da indústria brasileira em relação ao resto do mundo, pois se não o fizermos agora, pode ser que não tenhamos outra chance.
O IQA possui inúmeros treinamentos de qualificação profissional para a cadeia automotiva. Conheça o calendário de treinamentos 2011 em nosso site (www.iqa.org.br) ou envie-nos um e-mail: treinamentos@iqa.org.br.
Mário Guitti é superintendente do IQA - Instituto da Qualidade Automotiva. iqa@iqa.org.br
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